Otoplastia
O que é a otoplastia?
O termo otoplastia refere-se à cirurgia plástica das orelhas, podendo corresponder a várias técnicas que podem ou não ser associadas, dependendo do problema a ser tratado. Em geral o termo é usado para indicar a correção de orelhas proeminentes (de abano), porém outros problemas como sequelas de traumas, ausência congênita das orelhas e orelhas constritas também são tratadas com técnicas de otoplastia.
As correções de orelha são realizadas para minimizar deformidades, tentar corrigir assimetrias de forma, tamanho e angulação no caso do abano, em orelhas mal formadas de nascença ou que sofreram deformidades após um traumatismo. Deve ser considerada como reparadora, quando tenta corrigir um defeito, e ao mesmo tempo estética, pensando-se na busca pela harmonia de forma, volume e posição.
A indicação cirúrgica é baseada no grau de incômodo que o paciente apresenta. Há pacientes com pequenas alterações e grande incômodo. Os graus são baseados na quantidade de alterações anatômicas presentes na orelha em questão. “Há também casos de macrotia, em que a pessoa tem as orelhas de tamanho acima do normal, ou seja, orelhas muito grandes”, explica a cirurgiã plástica Maria Carolina Coutinho, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A idade mínima situa-se entre seis e sete anos de idade. “Nessa faixa etária já houve finalização do crescimento das orelhas, de modo que a cirurgia não irá interferir nesse processo”, explica a cirurgiã plástica Maria Carolina Coutinho. Também coincide com a idade escolar de alfabetização, quando a criança começa a se incomodar com as orelhas proeminentes.
A anestesia mais comumente usada é a local com sedação. A cirurgia se inicia com uma incisão atrás da orelha, seguindo a dobra natural da pele. É, então, realizada a retirada do excesso de pele e em seguida é feito o ligamento da cartilagem, para deixa-la mais flexível. Em alguns casos pode ser feita a retirada de cartilagem para diminuição da orelha. Logo em seguida são feitos pontos de fixação para manter uma nova anatomia da orelha e realizando o fechamento da pele. Em geral, os pontos são internos e absorvíveis, não precisam, portanto, ser retirados. A cirurgia tem duração média de uma hora.
Consulta médica
“Uma boa consulta pré-operatória, além de preparar o paciente para a cirurgia, deverá fazer com que ele compreenda seu problema, compreenda a solução proposta, riscos e benefícios do procedimento, e alinhe a expectativa ideal com as possibilidades de tratamento e que tipo de resultado poderá ser alcançado”, recomenda a cirurgiã plástica Claudia Ranauro Zuliani, membro Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A otoplastia, apesar de ser um procedimento simples, requer que sejam realizados todos os exames pré-operatórios preconizados. “Entre eles estão o exame de sangue, composto por hemograma e coagulograma completos, e o eletrocardiograma”, recomenda o cirurgião plástico Esmail Safaddine, também da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Internação
O tempo médio de internação é de oito a doze horas.
Curativos
Os curativos são geralmente realizados com pomada cicatrizante e gaze. Ele é realizado no final da cirurgia e retirado após um período de 24 a 48 horas da cirurgia no consultório pelo médico. Se houver necessidade de novo curativo, o paciente (ou seu responsável) será orientado como fazê-lo. Deverá ser utilizada uma faixa de tecido compressiva específica nos casos de correção de abano, retirada apenas para o banho, mas utilizada 24 horas por dia, por um mês.
Dor
Sempre são prescritos analgésicos, mas geralmente não há dor, há apenas uma sensação de incômodo. Se houver dor importante, o médico deverá ser avisado para que examine e oriente.
Coceira
“A orientação é que evitem realmente coçar a região operada, pois pelo inchaço, a sensibilidade da pele está diminuída, e um simples arranhão pode rasgar a pele, fazer sangrar, ou levar bactérias à pele em cicatrização, provocando infecção”, explica a cirurgiã plástica Claudia Zuliani. “Saber o que pode prejudicar auxilia o paciente a colaborar no pós-operatório, não traumatizando a orelha operada, ainda que por um período curto de tempo”.
Inchaço e vermelhidão
É normal que haja edema (inchaço) e vermelhidão. Com o passar dos dias este aspecto vai melhorando até a cicatrização se completar.
Medicação
Analgésicos comuns são prescritos de rotina para o pós-operatório, e os pacientes são orientados a tomar se tiverem dor. Anti-inflamatórios também poderão ser prescritos.
Volta às atividades normais e exercícios físicos
Em crianças, dependendo do tipo de correção na orelha e se houver maior inchaço, recomenda-se aguardar uma semana para voltar à escola, para evitar o risco de trauma nas orelhas recém-operadas. Nos casos mais simples, pode-se retornar às aulas em três dias. Nos adultos, geralmente em dois dias. Atividade física deverá ser leve no início, evitando-se trauma no local operado.
Uso de óculos
O uso dos óculos é liberado até por cima do curativo, preso com esparadrapo na faixa, desde que não aperte demais a cabeça. Quando for retirado o curativo, deve-se tomar cuidado com os óculos apertados à cabeça, ou atrás da orelha, que deverão ser reajustados à face. Alguns pacientes aprendem a prender as hastes dos óculos acima da inserção da orelha à cabeça, com o uso da própria faixa que deverão usar por 30 dias.
Retorno ao consultório médico
O primeiro retorno é em 24 a 48 horas, para remoção do curativo e avaliação médica, e então serão combinados os próximos retornos.
Cicatrizes e queloides
Nas cirurgias de correção de abano, as cicatrizes ficam escondidas na parte posterior da orelha, na junção da orelha ao crânio. Há casos que necessitam incisões na parte da frente da orelha, mas procura-se escondê-las nas dobras naturais da pele. A cicatriz chamada de queloide, esteticamente desfavorável, pode ocorrer em alguns pacientes.
Otoplastia
P: A CIRURGIA PLASTICA DA ORELHA EM ABANO DEIXA CICATRIZES?
R: A cicatriz desta cirurgia é praticamente invisível, por localizar-se atrás da orelha, no sulco formado por esta e o crânio. Além do mais, como se trata de região de pele muito fina, a própria cicatriz tende a ficar “quase imperceptível”, mesmo em algumas técnicas que utilizam pequenas incisões na face anterior .
P: QUAL O TIPO DE ANESTESIA?
R: Crianças: anestesia geral. Adultos: anestesia local com ou sem sedação (a critério).
P: QUAL O PERÍODO DE INTERNAÇÃO?
R: Meio período a 1 dia, dependendo do tipo de anestesia e idade do(a) paciente.
P: QUANTO TEMPO DEMORA O ATO Cirúrgico?
R: Geralmente em torno de 90 a 120 minutos. Entretanto, o tempo de ato cirúrgico não deve ser confundido com o tempo de permanência do paciente no ambiente de Centro Cirúrgico, pois, esta permanência envolve também o período de preparação anestésica e recuperação pós-operatória. Seu médico poderá lhe informar quanto ao tempo total.
P: HÁ PERIGO NESTA OPERAÇÃO?
R: O perigo não é maior ou menor que aquele de se viajar de automóvel, avião ou mesmo o simples atravessar de uma rua. São riscos do quotidiano, os quais estamos acostumados a enfrentar.
P: HÁ DOR NO PÓS-OPERATÓRIO?
R: Certo incômodo poderá ocorrer no pós-operatório. Quando houver esta intercorrência, poderemos combatê-la com analgésicos comuns.
P: COMO É O CURATIVO?
R: Faz -se a proteção da cicatriz com curativos pequenos. Protege-se a orelha (principalmente em crianças), nos primeiros dias, com uma espécie de touca, a fim de evitar traumatismos locais. Em alguns casos, recomenda-se o uso das faixas tipo “ballet”ou “tenis”.
P: QUANDO SÃO RETIRADOS OS PONTOS? HÁ DOR?
R: Em torno do 8o. dia. Não existe dor na retirada.
P: EM QUANTO TEMPO SE ATINGIRÁ O RESULTADO DEFINITIVO?
R: Assim que se retira o curativo já teremos em torno de 80 % do resultado almejado. Após 12 semanas, o resultado será definitivo.
P: NÃO HÁ O RISCO DE “VOLTAR O PROBLEMA DO ABANO” APÓS A CIRURGIA?
R: Desde que devidamente conduzida a cirurgia, o resultado será definitivo. Convém salientar que uma leve assimetria poderá ocorrer, pois, mesmo as pessoas não operadas e que tenham orelhas normais, não apresentam simetria absoluta.
Animação Interativa
A animação acima tem apenas o caráter explicativo e orientativo. São homologadas pela ‘American Society of Plastic Surgeons’. Nem todas as animações traduzem fielmente técnicas utilizadas, as quais podem variar de acordo com cada paciente em função do diagnóstico e indicação específica após a realização da consulta médica presencial.
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